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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Profusão do funk!

              Ok, eu gosto de dançar funk nas festas que vou. Tem um ritmo legal, bom pra descontrair de vez em quando. Mas o fato é que este ritmo está cada vez mais entranhado na alma do povo. Os cariocas então, nem se fala! Basta sair na rua que é quase certo encontrar alguém com o som do celular no último volume tocando uma das músicas saídas da Furacão 2000.
             E o funk é composto das coisas mais banais! Qualquer assunto é motivo. Com que ritmo mais se faria uma música com a risada do pica-pau? Muitas outras coisas “úteis” são usadas nas letras. Minha última descoberta foi a versão de “Os sapinhos fazem hum-ah-hum”, de Chaves, com a batida do pancadão! Não tô conseguindo postar o vídeo, mas segue abaixo o ultra mega power enorme link para ele!

http://www.youtube.com/watch?v=r7OVweIzNv4&ytsession=pC4j2GvmLtmO9aX12kxKcSGtAl_oOz5O03wvZ1Ow9Q9IfLwCJUdoGmFtaPE1SPKC0iZyQLS3Qu36i3y71VdnvNyAe15ifJp1jVQJIQW2cbQNkqeZpQ7q23TEQ1p73sWyMLvSD4CyGRq0Q_MDvUJKdjv08tj4EbOGG3tm8nDSRla-_wxrOcZyGd2NhR8g4H3z5-L6g0oV_6LWW3wvJESPz1eidxg_VkXhQlckPoxyQwdiybt0F-0C8YVfNzpIh7zfA34OQf7LTcUd4J0MI915DQthwhi29oYOk6Z1CQQZfYoXCTbVxihX4ASIQIo380ZqHmM-Ea6Cx7EJXwml1_kZoKUS6zBP8M3DiVzlTRVNAjIhlAfIukCpX-ypDke4F7M08J18xjHj74-EcQykTfAs_Qcz6H9C1UK44y56EAIsh_lUs0X0Zjs1mtRcCV-uj8Ws

Só gostaria que todos que gostam do funk e o ouvem, não importa com que freqüência, também se interessassem por outros tipos de música (e que não seja só o pagode!).

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Meu ídolo está nos livros


            Ter ídolos é algo comum, principalmente na adolescência. É a idade em que todos buscam seus referenciais em alguém que admiram. Cantores, atores e artistas em geral são os alvos principais desta juventude. Mas, atualmente, muitos vêem como ídolos outras pessoas: são os escritores e os personagens de obras literárias. Os jovens se tornam fãs inveterados, capazes das maiores loucuras para ver aqueles que fazem parte do seu livro de cabeceira. Assim, adolescentes dos mais diferentes lugares têm percebido a literatura como algo que os preenche e traz informações que interessam.
            É comum o pensamento de que jovens não gostam de ler. No mundo atual, a Internet e a TV têm um grande papel na formação de vontades. Com isso, o livro acaba perdendo o seu espaço e é deixado de lado nas bibliotecas e prateleiras das casas. A sociedade nos dias de hoje exige rapidez e a leitura de obras literárias é vista como algo que consome muito tempo para ser finalizada. Outro problema está na leitura por obrigação. As escolas indicam livros que por muitas vezes não reproduzem temas atraentes para essa faixa etária. Com isso, ler passa a ser visto como algo chato, que não traz nenhum tipo de prazer.
            Porém, há muitos livros que chamam a atenção dos jovens. Um dos maiores fenômenos atuais é a série Crepúsculo. Com quatro livros lançados, a série da autora Stephenie Meyer conta a história de um vampiro que se apaixona por uma menina comum. É um misto de romance, drama e aventura que atrai uma legião de adolescentes. A estudante Marina Vilas, de 14 anos, conta que foi a série que a atraiu para o universo dos livros. “Depois de Crepúsculo eu viciei em leitura. Agora sempre que eu acabo um livro já corro e compro outro”, conta a menina. Seu pai, o técnico de produção Walter Micheli, porém, não é favorável à existência de ídolos, mas acredita que a série de vampiros fez com que sua filha se aproximasse muito mais da leitura. “Não gosto de livros ‘comerciais’ que precisam de uma mídia forte por que tem que vender muito senão não lançará o próximo. Livros memoráveis são esquecidos nas estantes, pois já foram vendidos e não alimentarão a máquina do capitalismo. Mas neste contexto o interesse da Marina pelo assunto a fez ler muitos outros livros”, diz Walter.
            Personagens e enredos de obras literárias, como Harry Potter e Crepúsculo, tem fãs pelo mundo inteiro. Mas e quando os ídolos são os autores? Thalita Rebouças é considerada uma musa por jovens de todo o país. A autora é a responsável por sucessos como “Fala Sério, Mãe” e “Tudo por um Namorado”. Na última Bienal do Livro do Rio de Janeiro, a fila de jovens que esperavam por um autógrafo dela era enorme. Seus livros tratam de temas comuns aos adolescentes, como a relação com os pais e o amor, usando uma linguagem comum entre os membros desta faixa etária. “A idolatria por astros da música é comum, mas por escritores tem um sabor especial, pois pode fazer com que esses jovens ganhem o hábito da leitura por toda a vida”, afirma a autora. Gustavo Reiz é outro autor voltado para o público jovem. Além de livros como “Sonhos de umas Férias de Verão”, colabora em roteiros de novela e atualmente é contratado pela Rede Record. “Acho importantíssimo esse despertar dos jovens para a leitura, independente do motivo - seja pelo personagem, pelo autor, pela adaptação cinematográfica. O fato é que os jovens têm lido mais e isso é admirável. Quando esse interesse se dá por autores nacionais então, é fantástico”, afirma o autor.
            De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), os livros de literatura juvenil foram os que mais cresceram em produção entre os anos de 2007 e 2008, com um aumento de 41,88%. Em 2007 foram produzidos 1.711 exemplares, e no ano seguinte já somavam 2.428. A série “Fala Sério”, de Thalita Rebouças, é um bom exemplo deste processo. Ela é composta por quatro livros, e todos eles estão na lista dos 30 mais vendidos da Editora Rocco. “Fala Sério, Pai!” é o terceiro colocado, à frente de obras como “A Hora da Estrela” e “Laços de Família”, de Clarice Lispector, sexta e décima quarta colocadas, respectivamente. Segundo informações da Editora Rocco, ela já vendeu mais de 400 mil livros, somados todos os 10 títulos, desde Traição entre Amigas, em 2000. Outro grande sucesso, a série Crepúsculo, tem os seus quatro livros ocupando da segunda a quinta colocações dos livros de ficção mais vendidos do país, segundo o site da revista Veja.
            É importante, porém, que se perceba até que ponto os jovens são capazes de fazer uma leitura crítica. Por terem nos escritores e personagens seus ídolos, a tendência é que os adolescentes vejam somente características positivas nestas obras literárias, e se esqueçam de avaliá-las criticamente. Thalita Rebouças acredita que o principal é aproximar os jovens da leitura. “Quando tão jovens até acho que pode sim afetar uma leitura mais crítica, mas o objetivo é formar leitores nessa fase tão difícil da vida. Se eu atingir esse objetivo, minha missão está cumprida”.

            Marly Maria, psicóloga, é mãe de Clara, estudante de 14 anos. Ela apóia que sua filha tenha uma escritora, a autora da série “Fala Sério!”, como ídolo. “A única diferença que vejo em relação a qualquer outro ídolo é que, pelo menos, está diretamente relacionado ao hábito da leitura que, a meu ver, é fundamental ao desenvolvimento do ser humano como um todo”, comenta. Mas é importante mostrar aos jovens que ninguém é perfeito, e todo fanatismo tem limites. Os pais devem conversar sobre novas possibilidades de leitura, com diferentes autores e histórias. “Nenhum fanatismo deve ser alimentado, o equilíbrio é sempre a melhor opção. É importante que o leitor não fique restrito a um só autor, a uma determinada série, por mais que ele tenha se identificado com aquele trabalho. Certamente existirão outros trabalhos pelos quais ele também pode se identificar”, afirma Gustavo Reiz.
            Os pais são grandes responsáveis para que o filho sinta prazer com a leitura. Thalita Rebouças acha que o exemplo deles é fundamental. “Todo mundo que eu conheço que cresceu numa casa com muitos livros desenvolveu o hábito da leitura. O filho que vê o pai ou a mãe sempre com um livro tem muito mais chance de virar também um leitor habitual”, afirma. Gustavo Reiz acha, ainda, que os pais devem indicar obras que tenham relação com a realidade do jovem. “É bom que os pais sugiram livros que se encaixem no perfil do filho ou filha. Recebo muitas mensagens de mães e pais, que agradecem pelos filhos terem começado a ler a partir dos meus livros”, conta o autor. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, produzida pelo Instituto Pró-Livro, mostra que, entre não leitores,  86 % nunca foram presenteados com livros na infância e 55% nunca viram os pais lendo. É fácil perceber que a educação dos filhos inclui bons hábitos de leitura, para que se possa desenvolver o raciocínio, a criatividade e o senso crítico.

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Depois de um tempo de entrevistas e coleta de informações, aí está a matéria final, produzida para a disciplina "Oficina de Reportagem".