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sábado, 5 de setembro de 2009

CCBB - As Biografias dos Mitos Nacionais 2

Estou percebendo que este período terei que produzir muitos textos, então vou acabar utilizando alguns aqui no blog! Este tive que produzirpara as aulas de Seminários de Poder e Política e Teorias e Técnicas de Reportagem. É sobre um evento que está acontecendo no CCBB e que nós fomos... Mas acho q o texto explcia tudo! Leiam então!!


CCBB – Jornalismo Literário – As Biografias de Mitos Nacionais 2
            Na noite do dia 02 de setembro, nós, das turmas de Seminários de Poder e Política e Teorias e Técnicas de Reportagem fomos à mesa de discussão As Biografias de Mitos Nacionais 2. Esta mesa faz parte do projeto Jornalismo Literário, promovido pelo CCBB em toda primeira quarta-feira do mês desde abril. Os participantes da mesa eram Fernando Morais - autor de Olga e Chatô, o rei do Brasil, entre outros – e Paulo César de Araújo – autor da biografia não autorizada de Roberto Carlos.
            A discussão começou com as palavras de Fernando. O primeiro livro escrito por ele foi Transamazônica. Esta obra tinha o objetivo de mostrar a Amazônia a todos, já que na época ela era muito desconhecida. Antes de se tornar um livro, Transamazônica era apenas uma série de reportagens. Fernando Morais disse que entrou na cultura por acaso. Ele gostava de ser repórter policial, mas por questões financeiras acabou virando editor de cultura.
            Fernando citou o fato de que o livro poder se transformar em filme ou obra televisiva abre um mercado mais amplo para o autor. O escritor disse também que está trabalhando em um livro baseado em fatos reais, que fala sobre cubanos infiltrados em organizações de extrema direita na Flórida com o objetivo de evitar supostos ataques à ilha. Os personagens deste episódio ainda estão vivos. Neste novo livro, Fernando adquiriu uma nova técnica de trabalho: pesquisa e escreve simultaneamente. Em geral, ele primeiro pesquisa para só depois começar a escrever, mas percebeu que isso pode ser bem mais lento do que o novo método adotado.
            Fernando Morais citou também o problema que teve com um político em decorrência do livro A toca dos leões. Esta obra era pra ser apenas um relato sobre a rotina e a história da agência W de Washington Olivetto. No livro ele conta que o publicitário recebeu várias propostas para fazer campanhas políticas, mas como sua agência não faz este tipo de serviço, teve de recusá-las educadamente. Porém, um dos políticos fez certas citações que depois foram reveladas por Olivetto e colocadas no livro. Isso causou problemas e levou a um processo, que até hoje está em andamento.
            Paulo César Araújo revelou que seu interesse por biografias começou a se aprofundar depois que ele leu Olga, livro de Fernando Morais. Ele disse que tem extrema dificuldade de escrever, até mesmo e-mails ou simples bilhetes – prefere a linguagem falada. Quando começou seus estudos sobre MPB, por volta de 1990, percebeu que seu campo de pesquisa era inovador. Seu primeiro livro foi Eu não sou cachorro não: Música Popular Cafona. Em decorrência destes estudos, Paulo César decidiu escrever sobre Roberto Carlos e passou 15 anos tentando entrevistar o cantor. Mas parece que não ter acesso ao “Rei” o ajudou, pois ele teve que pesquisar mais e conseguiu novas informações, antes impensadas. Paulo César comenta que o grande problema de Roberto Carlos é que ele não quer que ninguém faça uma biografia sobre ele. Prefere fazer a sua própria, mas não tem idéia de quando isso vai acontecer. O autor tenta mostrar que um livro escrito pelo cantor seria de memórias, enquanto um escrito por ele é historiográfico. Paulo César fala também que sentiu a parcialidade do juiz em favor do cantor. Segundo consta, o juiz é um cantor amador e teria pedido autógrafos e tirado fotos com Roberto Carlos depois de acabado o julgamento. Este processo também ainda está em andamento.
            Como os dois autores enfrentaram problemas com processos, ambos citaram a Lei Palocci. Esta lei, em termos gerais, fala que a vida de personalidade pública é pública. Isso faz com que não seja mais possível processar autores por informações descobertas nas suas pesquisas. Geralmente estes processos são feitos pelo próprio biografado (como no caso de Roberto Carlos) ou pelos familiares deste (como no caso do processo realizado pelas filhas do jogador Garrincha contra Fernando Morais).
            Outro comentário interessante é que a Editora Planeta é a editora responsável pelos dois livros alvos de processos. E, segundo os autores, ela não ajudou muito.

2 comentários:

kaiserguilherme disse...

Eu duvido que o Roberto Carlos saiba escrever um bilhete pra empregada, quem dirá um livro... enfim, melhor assim, melhor que ninguém escreva nada sobre o rei mesmo, quem sabe ele não cai no esquecimento(cá entre nós está na hora).
Existe uma mania nacional de pessoa pública processar quem diz o que ela não quer ouvir, o Sarney adora isso, já tirou blogs do ar(por meio de liminares muito suspeitas assinadas por juízes que seriam amigos do bigodudo)porque falavam mal dele... começou com blog lá no maranhão, chegou num dos maiores jornais do país... talvez um dia chegue ao Washington Post! Espero que ninguém tire seu blog do ar por conta desse meu comentário.
abraços!

Unknown disse...

Acho q meu blog ainda é muitíssimo pequeno, mas eu concordo com o que você diz. Parece que as pessoas querem o lado bom da fama e de ser público, mas esquecem que existe também a outra face da moeda. Quando se escolhe ser uma pessoa pública, deve-se pensar nisso também. Enquanto não estiver aocntecendo uma invasão total de privacidade, os "públicos" tem sim que aguentar o que falam sobre eles. Ainda mais se for verdade!